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O texto reflete sobre a inveja como um sentimento profundamente humano e inevitável. Afirma que ela não é apenas uma emoção oculta, mas hoje se tornou pública e performática, especialmente nas redes sociais, onde se expõe o desejo de ter, ser e parecer.
Explora também como a inveja foi um motor histórico da moda: a burguesia imitou a aristocracia, gerando um ciclo de criação, massificação e abandono para manter a distinção social — um mecanismo que persiste até hoje, com o consumo como forma de sinalizar pertencimento e diferenciação.
O texto ainda aborda uma forma mais íntima de inveja: a inveja de nós mesmos, de versões passadas idealizadas. Para quem cria, esse sentimento pode ser perigoso, pois leva à repetição vazia ou ao clichê. Contudo, ele também é fértil, pois impulsiona a superar o que já se fez.
Por fim, reconhece que marcas (especialmente novas) precisam repetir símbolos para se firmar, mas alerta para o risco de se tornarem previsíveis. Conclui que inveja, nostalgia e repetição são expressões do mesmo desejo: permanecer, ser visto, ser aceito — e que é essa tensão que nos move a continuar criando.


Na Souedo, criar não é apenas desenhar roupas: é um ato de escuta e canalização. Cada coleção nasce como um ritual, onde o criador se torna um médium entre o visível e o invisível, entre o agora e o que ainda pulsa no ar. Assim como artistas e mestres de outras épocas, traduzimos emoções, intuições e o espírito do tempo em peças que vestem não apenas o corpo, mas também a alma do mundo. Inspirados por figuras como Jane Birkin, Christo e Clarice Lispector, vemos o vestir como um gesto de revelação, cuidado e presença. Nossas roupas são antologias vestíveis, construídas a partir de vozes, silêncios e fragmentos de um universo que nos atravessa.

Fernando Pessoa e seus heterônimos revelam a força da poesia como linguagem emocional e identidade fragmentada. Neste artigo, exploramos como o poeta português construiu um universo literário único, comparando suas palavras a peças de roupa e seus versos a caminhos de autoconhecimento. Uma leitura sobre escrita, sentimento e a arte de encontrar a própria voz.

Este poema mergulha na metáfora da mente como um oceano profundo e indomável. O eu lírico se vê como um ser vasto e solitário, onde pensamentos são tempestades e memórias agitam as águas. Incapaz de manter vínculos duradouros, ele se reconhece como porto de passagem — um farol que guia, mas não retém. Ainda assim, apesar da dificuldade de ser compreendido ou navegado, permanece em movimento, com a esperança de, quem sabe, transbordar.

Em um sonho vívido, o criador da Souedo reviveu memórias de infância e se deparou com símbolos profundos de identidade, corpo e pertencimento. A piscina de sua antiga casa, cenário da visão onírica, transformou-se em metáfora para palco, memória e transformação – conectando diretamente com os valores e a estética da marca. A narrativa revela como a Souedo nasceu do desejo de costurar histórias à margem, com roupas que expressam aquilo que muitas vezes não é dito. A primeira coleção, inspirada na fluidez da água e na figura da sereia, fala de recomeços, cicatrizes e da beleza dos corpos não conformes.

Neste ensaio sensível, a Souedo celebra o materno através da figura mítica da sereia — símbolo híbrido entre mundos, entre força e silêncio, entre cuidado e mistério. Inspiradas por seres como Mélusine, deusa ancestral que nutre com um leite capaz de apagar incêndios e curar feridas, refletimos sobre todas as formas de maternidade: as visíveis, as silenciadas, as imperfeitas.
A sereia, antes símbolo de fertilidade e poder, hoje se tornou ícone decorativo, esvaziado de seu significado. Ainda assim, seu “leite do mar” continua a nos alimentar simbolicamente. É dele que vem a nutrição invisível das mães esquecidas, das que amaram com ferocidade, das que educaram em meio à dor.
Na Souedo, reconhecemos que a maternidade não precisa ser idealizada para ser profunda. Entre mitos e histórias, reafirmamos: não há figura que se aproxime mais do ser mãe do que a sereia — potente, marginal, incompreendida, mas cheia de voz.

Descubra como o teatro brasileiro se entrelaça com o bordel, a moda e a formação da identidade nacional. Neste ensaio da Souedo, refletimos sobre o corpo como linguagem, o palco como espaço político e a roupa como performance. Um olhar decolonial sobre arte, estilo e memória no Brasil.