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Fernando Pessoa e seus heterônimos revelam a força da poesia como linguagem emocional e identidade fragmentada. Neste artigo, exploramos como o poeta português construiu um universo literário único, comparando suas palavras a peças de roupa e seus versos a caminhos de autoconhecimento. Uma leitura sobre escrita, sentimento e a arte de encontrar a própria voz.

Este poema mergulha na metáfora da mente como um oceano profundo e indomável. O eu lírico se vê como um ser vasto e solitário, onde pensamentos são tempestades e memórias agitam as águas. Incapaz de manter vínculos duradouros, ele se reconhece como porto de passagem — um farol que guia, mas não retém. Ainda assim, apesar da dificuldade de ser compreendido ou navegado, permanece em movimento, com a esperança de, quem sabe, transbordar.

Em um sonho vívido, o criador da Souedo reviveu memórias de infância e se deparou com símbolos profundos de identidade, corpo e pertencimento. A piscina de sua antiga casa, cenário da visão onírica, transformou-se em metáfora para palco, memória e transformação – conectando diretamente com os valores e a estética da marca. A narrativa revela como a Souedo nasceu do desejo de costurar histórias à margem, com roupas que expressam aquilo que muitas vezes não é dito. A primeira coleção, inspirada na fluidez da água e na figura da sereia, fala de recomeços, cicatrizes e da beleza dos corpos não conformes.

Neste ensaio sensível, a Souedo celebra o materno através da figura mítica da sereia — símbolo híbrido entre mundos, entre força e silêncio, entre cuidado e mistério. Inspiradas por seres como Mélusine, deusa ancestral que nutre com um leite capaz de apagar incêndios e curar feridas, refletimos sobre todas as formas de maternidade: as visíveis, as silenciadas, as imperfeitas.
A sereia, antes símbolo de fertilidade e poder, hoje se tornou ícone decorativo, esvaziado de seu significado. Ainda assim, seu “leite do mar” continua a nos alimentar simbolicamente. É dele que vem a nutrição invisível das mães esquecidas, das que amaram com ferocidade, das que educaram em meio à dor.
Na Souedo, reconhecemos que a maternidade não precisa ser idealizada para ser profunda. Entre mitos e histórias, reafirmamos: não há figura que se aproxime mais do ser mãe do que a sereia — potente, marginal, incompreendida, mas cheia de voz.

Descubra como o teatro brasileiro se entrelaça com o bordel, a moda e a formação da identidade nacional. Neste ensaio da Souedo, refletimos sobre o corpo como linguagem, o palco como espaço político e a roupa como performance. Um olhar decolonial sobre arte, estilo e memória no Brasil.

Criptídeos, cultura e resistência: a conexão entre mitos e povos originários do Brasil
Os criptídeos são criaturas lendárias que, mesmo sem comprovação científica, despertam fascínio e curiosidade. Alados, aquáticos (como as sereias), terrestres ou humanoides, esses seres mitológicos representam mais do que fantasia — eles estão profundamente ligados à natureza e à forma como antigos povos enxergavam o mundo.
Este artigo explora como a figura dos criptídeos se conecta à história dos povos originários do Brasil, frequentemente desumanizados e romantizados ao longo dos séculos. Desde os relatos exagerados de Hans Staden sobre os Tupinambás, passando pelo roubo do Manto Tupinambá, até o resgate simbólico feito por artistas modernistas como Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, observamos como a arte e a narrativa moldam (e distorcem) a identidade indígena.
Ainda hoje, povos do Norte do Brasil enfrentam estigmas e preconceitos, sendo retratados como figuras exóticas ou invisíveis dentro do próprio país. Frases como "O Norte existe e persiste" ganham força como forma de resistência e afirmação cultural.
Este conteúdo propõe uma reflexão sobre quem conta as histórias e como a moda, a arte e a memória coletiva podem ser ferramentas de ressignificação. Afinal, quando falamos em identidade brasileira, precisamos questionar: Tupi or not Tupi?
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Entre o Caos e a Criação
Criar é habitar espirais. No universo da Souedo, moda não é só estética — é negociação constante com o tempo, o mercado e o imprevisto. Neste espaço de reflexões, compartilhamos os bastidores da criação como um toureiro que dança com o caos: entre atrasos, expectativas e a eterna tentativa de dar forma ao invisível. A arte nunca é uma linha reta. É um movimento circular, como os rabiscos de Louise Bourgeois — fugas e retornos. Aqui, cada texto é parte dessa trajetória em espiral, onde o tempo perdido pode, na verdade, ser o tempo necessário para a metamorfose acontecer.

Vivemos em um ciclo onde tudo se repete, esvazia-se e é substituído pelo novo. Mas e se algumas imagens pudessem transcender a efemeridade e se tornarem mitos? Neste texto, exploramos a relação entre moda, arte e memória, questionando o que realmente merece ser lembrado.